Marcuse
e a teoria crítica da sociedade:
Uma
introdução.
Hélio Fernando Lôbo Nogueira da Gama[1].
O objetivo do presente ensaio é o de
tão somente traçar, em poucas laudas, um panorama da produção científica e
filosófica de um pensador que marcou, principalmente, os anos 60 do século XX
com sua teoria crítica e libertária.
Talvez
o mais polêmico neomarxista do século XX, Herbert Marcuse – nascido em Berlim,
1898 – possuiu suficiente coerência teórica para romper os grilhões que
aprisionavam o marxismo ao stalinismo como instrumento científico de análise da
realidade social de seu tempo.
A
teoria marxista cresce muito com Marcuse.
A reapropriação de seu significado filosófico e a aquisição de uma psicologia materialista histórica para a crítica da ideologia e análise da dominação capitalista são os pontos de máxima fecundidade do que se intitulou teoria crítica da sociedade.
A reapropriação de seu significado filosófico e a aquisição de uma psicologia materialista histórica para a crítica da ideologia e análise da dominação capitalista são os pontos de máxima fecundidade do que se intitulou teoria crítica da sociedade.
No
entanto, de um ponto de vista político, talvez a relação teoria-práxis proposta
por Marcuse tenha sido o seu maior legado, na medida em que influenciou
decisivamente os movimentos estudantis de 1968, em que a teoria crítica trocava
os debates acadêmicos pelos embates em praça pública.
A
trajetória de Marcuse e sua produção científica – da Alemanha pré-nazista a uma
complexa sociedade capitalista, os EUA – caracteriza-se por sua coerência na
identificação do materialismo histórico e dialético como base de onde sua
teoria se origina e se compreende o que faz dele um neomarxista; ao mesmo
tempo, trava um combate constante às concepções dos que tentam uma dogmatização
de Marx, a transformação de uma matriz das ciências sociais em doutrina oficial
do Estado soviético.
1. O jovem Marcuse.
Antes
de fazer parte do Instituto de Pesquisa Social, em Frankfurt, Alemanha, que
mais tarde ficou conhecido como a “Escola de Frankfurt”, Marcuse havia se
projetado com a tese “Ontologia de Hegel e fundamentação de uma teoria de
historicidade”. Era autor de uma série de ensaios que deixavam claras suas percepções
e escolhas filosóficas: “Contribuição para a compreensão de uma fenomenologia
do Materialismo Histórico” (1928); “Sobre filosofia concreta” (1929); “Marxismo
transcendental” (1930); ”Para o problema da dialética” (1931); “Novas fontes
para a fundamentação do Materialismo Histórico” (1932). Entre 1934 e 1938
surgiram “A luta contra o Liberalismo e a concepção totalitária do Estado”;
“Sobre o caráter afirmativo da cultura”; “Filosofia e teoria crítica”; “Para a
crítica do hedonismo”; “O envelhecimento da Psicanálise”, “Industrialização e
capitalismo na obra de Marx Weber” e “Comentários e uma nova determinação da
cultura”.
Valmireh
Chacon (1968) situa Hegel e Marx como principais fontes teóricas do jovem
Marcuse, e, num sentido estrito, Heidegger e Freud.
Em
Hegel, Marcuse distingue o “espírito” da negatividade como instrumento de luta
que visa à destruição de instituições e realidades socioeconômicas como
predecessora na construção de uma nova sociedade. Para Marcuse, “espírito” significava
o impulsionar do mundo histórico não como uma cadeia de fatos e acontecimentos
e sim como incessante luta no sentido de adaptar o mundo às crescentes
possibilidades da humanidade.
Na
crítica da filosofia hegeliana, que mais tarde na Escola de Frankfurt seria
radicalizada e aprimorada por ele em Razão
e Revolução (publicado em 1941 e dedicado ao Instituto), nota-se que
Marcuse se utiliza de uma crítica interna, ou seja, parte dos próprios
conceitos idealistas hegelianos para chegar a uma concepção materialista
histórica da filosofia, de suma importância para a posterior formulação da
“teoria crítica da sociedade”.
Para
a felicidade de Marcuse e como reforço a sua preocupação em tingir
filosoficamente o materialismo histórico, em 1932 foram publicados os ainda
inéditos Manuscritos
Econômico-Filosóficos redigidos por Marx em Paris entre 1844 e 1845.
Marcuse
torna-se logo o seu primeiro grande crítico, ao centrar sua análise no conceito
de trabalho como atividade libertadora. Para Marcuse, o trabalho está imerso na
bidimensionalidade da existência (na necessidade e na liberdade), representando
o elo que permite ao Homem passar de uma à outra. Por conseguinte o trabalho
constitui a categoria histórica por excelência. Em suas palavras, a meta do
trabalho é a própria existência e nada fora dela. Embora mesmo além da
liberdade continue havendo trabalho, o que significa que não há término para a
construção do mundo.
O
jovem Marcuse insiste na necessidade de aprender fenomenologicamente em si o
sentido do trabalho, via Heidegger, o qual tirara as últimas consequências
humanistas do método de Husserl. Ao mesmo tempo em que se afasta do
existencialismo de Heidegger, apoia-se no seu historicismo na tentativa de
incorporar a visão dialética numa fenomenologia do materialismo histórico.
Essa
tentativa, no entanto, à medida que Marcuse se aproxima da linha teórica da
Escola de Frankfurt é por ele desprezada. Segundo Phil Slater (1972), Adorno o
elogia por afastar-se da fenomenologia existencialista de Heidegger: Marcuse
estava passando o “significado do ser” para a “análise do que é”, da ontologia
para a filosofia da história, da “historicidade para história”. Assim, a
história do homem não ocorreria somente no mundo, mas como consequência do
mundo.
Freud
pode também ser considerado como importante matriz teórica do jovem Marcuse, na
medida em que a crítica às repressões, a análise da alienação na propriedade
privada e no Estado se fazem a partir da família. Deixando Engels de lado,
Marcuse serve-se de Freud sem ser freudiano. Mais tarde, já no exílio nos EUA,
publica Eros e Civilização (1953) em
que articula a psicologia materialista histórica: a dimensão psíquica da manipulação
e da revolta, também um dos principais objetos de análise da Escola de
Frankfurt.
2. Marcuse e a Escola
de Frankfurt.
O
Instituto de Pesquisa Social de Frankfurt, criado em 1923 e inaugurado
oficialmente em junho de 1924, teve como seu primeiro diretor o historiador marxista
austríaco Carl Grumberg. Este impingiu uma linha de trabalho onde os seus
interesses empíricos sobressaíam, mas a produção científica foi além do seu
horizonte teórico, enquadrando-se no espírito filosófico materialista
propugnado por Well, Pollock e Horkheimer no memorando sobre a criação do
Instituto, em 1922.
Horkheimer,
nomeado diretor do Instituto em 1930, passa a priorizar a análise da
superestrutura da sociedade já em sua aula inaugural, “O estado da filosofia
social e as tarefas de um Instituto de Pesquisa”. Segundo Phil Slater (1972),
ele esboça a concepção geral de uma filosofia social como interpretação dos
destinos do homem, na medida em que estes homens não são sós indivíduos, mas
membros de comunidades. Horkheimer procura se diferenciar atacando a
mistificação de algumas interpretações filosóficas e exemplifica o caso de
Hegel, em virtude do primado deste de que se o “ser essencial” do homem, “a Ideia”,
reinaria suprema na história mundial, com o destino concreto e material dos
indivíduos mostrando-se sem importância filosófica. Na medida em que são
evidentes, para Horkheimer, as contradições entre a suposta “substância” do
homem (a “liberdade”) e sua realidade social (alienação, exclusão), a
manifestação filosófica idealista do ser social é cúmplice da dominação de
classe.
A
crítica materialista histórica da filosofia tradicional ou “burguesa”,
portanto, ultrapassa em muitos os limites desta e a coloca em questão. Estava
aberto o campo de trabalho para a formulação da teoria crítica da sociedade,
uma teoria que desenvolvesse a produção filosófica não dissociada do meio
social dos filósofos, uma filosofia com os pés no chão e em confluência com os
destinos do homem, como ser social concreto.
O
manifesto de 1937 em que, pela primeira vez, Horkheimer explica a teoria
crítica, coincide – talvez por acaso – com o ingresso de Marcuse no Instituto
de Pesquisa Social de Frankfurt.
Em
seu ensaio “Teoria Crítica e Tradicional” (1937), Horkheimer ataca o que chama
de teoria tradicional e esboça uma conceituação de uma teoria crítica em
oposição àquela. Segundo ele, na “teoria tradicional” a exigência básica é a de
que todas as partes constitutivas estejam ligadas logicamente num quadro
referencial formal minucioso e livre de contradições. Horkheimer sustenta que
essa tentativa de alcançar harmonia e consenso por meio de um trabalho
puramente intelectual reflete uma atitude não crítica com relação ao processo
material do qual ele surgiu que é, em si, contraditório.
Horkheimer
destrói essa noção a-histórica, esboçando os determinantes sócio históricos do
reino do conhecimento e da pesquisa, quais sejam: as esferas científicas são
guiadas e financiadas pela indústria e pelo governo; sua estrutura é
basicamente a do processo de produção; e, o que é mais importante, o objeto de
percepção (o homem) é histórica e socialmente determinado no que concerne ao
seu aparato metodológico e categorial.
Assim, o primeiro aspecto da superação da
teoria tradicional pela teoria crítica é a reflexão adequada dos determinantes
históricos do conhecimento em sua forma dada; ou seja, o conhecimento é
relativizado, isto é, reconhecido como condicionado em um sentido materialista
histórico. O papel da teoria crítica da sociedade seria o de descrever forças e
contra forças tencionando, elevando-as até a autoconsciência, aumentar a tensão
social, pois a teoria que força a transformação da sociedade como um todo teria
como resultado imediato um aguçamento da luta à qual está ligada. Assim, a
superação última das contradições da ciência seria um ato prático de
reconstrução e a ligação mediadora nesse processo uma teoria vinculada à luta
de classes, ou seja, uma teoria crítica e opositiva, segundo Horkheimer,
conforme Phil Slater (1972).
A
contribuição de Marcuse à apresentação da “teoria crítica da sociedade” foi seu
ensaio “Filosofia e Teoria Crítica” (1937). Esse trabalho se constitui numa tese
mais elaborada que a apresentada por Horkheimer na medida em que reflete uma
maior articulação do nexo materialista teoria-práxis e é o cerne do sentido da
teoria crítica marcuseana: a necessidade e a possibilidade da realização da
utopia. Em outras palavras, a necessidade de superação da própria filosofia,
que chegaria ao fim quando formula sua visão de um mundo em que a razão é
realizada. Se nesse ponto a realidade contém as condições necessárias para de
fato materializar a razão, o pensamento poderia deixar de preocupar-se com o
ideal. O pensamento crítico, no entanto, não cessaria, mas assume uma nova
forma. Os esforços da razão são transferidos para a teoria e a prática social.
Por
isso Marcuse, apesar de enfatizar o componente filosófico do materialismo
histórico, acrescenta que o objetivo da teoria marxista é prático e
revolucionário, ou seja, a destruição da sociedade capitalista.
3 – O exílio.
Em
1941, em fuga dos nazistas no exílio norte-americano, Marcuse aproveitou muito
de sua dissertação inicial sobre Hegel para escrever Razão e Revolução. No entanto, podemos notar que seus trabalhos de
agora em diante vão ganhar outra tônica, isto é, a discussão da filosofia alemã
vai dar lugar à análise da alienação e dominação, o que pode bem ser
compreendido se visualizarmos o novo momento histórico em que Marcuse está
inserido.
A
ascensão e os horrores do nazismo ante a impotência dos setores de esquerda,
seja em nível de desenlace de uma resposta revolucionária ou em nível de uma
explicação, de uma análise da psicologia de dominação de massas, levam Marcuse
a empreender uma análise mais próxima da sociedade que o cerca. Sem esquecer o
significado filosófico da teoria crítica, a conjuntura aparece a seus olhos
mais factual e exigindo um esforço de análise e de uma formulação de ação. Ou
seja, o nexo teoria-práxis deve ser explicitado em paralelo com uma descrição
analítica da relação superestrutura ideológica / infraestrutura econômica.
Somente
em 1955 Marcuse publica Eros e
Civilização, uma obra em que aprimora a psicologia materialista histórica
ensaiada pela Escola de Frankfurt, principalmente por Erich Fromm e Wilhelm
Reich. A dimensão psíquica da manipulação e da revolta, a partir da análise da
alienação na propriedade privada e no Estado, chega à crítica à família e, por
conseguinte, à teoria freudiana.
Para
Sigmund Freud, a civilização surge-nos estabelecida em contradição com os
instintos primários e o princípio do prazer, na permanente subjugação dos
instintos humanos. A livre gratificação das necessidades instintivas do homem
seria, pois, incompatível com a sociedade civilizada. A renúncia e a
desistência da satisfação representariam as próprias condições de progresso.
Enfim, a história do homem se constituiria na História de sua repressão.
Marcuse
almeja uma sociedade não repressiva, em que a superação dialética também
levasse em conta a dimensão existencial no sentido mais amplo. Tratar-se-ia de
uma sociedade órfica, redimida pelo trabalho como alegria artística, e não mais
como castigo, como labuta. Para Marcuse, a própria concepção teórica de Freud
parece refutar a sua firme negação da possibilidade histórica de uma sociedade
não repressiva, ao afirmar que a teoria freudiana é “sociológica” em sua
substância, que o “biologismo” é teoria social numa dimensão profunda, e que,
portanto, nenhuma nova orientação cultural ou sociológica é necessária para
revelar essa substância. Em outras palavras, a teoria freudiana seria, em si,
nitidamente ideológica, comprometida.
Marcuse,
juntamente com seus ex-colegas de Frankfurt, sempre foi crítico impiedoso de
Stálin, desde os chamados “julgamentos de Espurgo” na União Soviética, na
década de 1930. Em 1958, Marcuse publica Marxismo
Soviético, em que indica o isolamento da URSS e a ameaça do nazismo
crescente na Alemanha como os fatores históricos subjacentes à transição do
leninismo para o stalinismo.
Segundo
essa análise, no começo da década de 30, a política stalinista do “socialismo
num só país” atribuíra terríveis encargos ao proletariado industrial, não apenas
caíram os salários e aumentou a intensidade do trabalho, como também a autonomia
política da classe operária foi colocada em questão. Os sindicatos foram
censurados, acusados de “tendências sindicalistas”, e, embora isso fosse denominado
um ataque à burocracia sindical, na realidade foi uma traição à classe
operária.
Em
One-dimensional Man (1964), publicado
no Brasil como A Ideologia da Sociedade Industrial,
inicia-se a fase derradeira e mais marcante da obra do filósofo alemão: a
análise da moderna sociedade capitalista, a chamada “sociedade de consumo”.
Nesse trabalho – e nos que seguem – Marcuse utiliza-se de todos os componentes
teóricos que dispõe. Desde o resgate filosófico materialista do homem, à
dimensão psíquica da dominação e à busca de uma formulação do nexo
teoria-práxis como saída revolucionária.
Nessa
obra Marcuse tece uma análise crítica da sociedade norte-americana. Segundo
ele, não obstante a moderna sociedade industrial parecer, em seu conjunto, a
própria personificação da Razão, ela é irracional como um todo. Sua
produtividade é destruidora do livre desenvolvimento das necessidades e
faculdades humanas; sua paz, mantida pela constante ameaça de guerras; seu
crescimento depende da repressão das possibilidades reais de amenizar a luta
pela existência, via sociedade de consumo de bens supérfluos.
Essa
repressão, tão diferente das que caracterizaram as etapas anteriores do
desenvolvimento da humanidade, atuaria no mundo contemporâneo a partir não de
uma posição de imaturidade natural e técnica, mas de uma posição de força,
servida por uma tecnologia esmagadora dos aspectos criadores da natureza
humana.
Marcuse,
no entanto, apesar de mostrar a irracionalidade do sistema em seus múltiplos
aspectos, não oferece soluções. Percebe-se um Marcuse como que prostrado diante
de uma sociedade alienada em seus valores mais fundamentais – a dignificação do
Homem –, impotente diante do enorme e sofisticado aparato repressivo e
manipulativo que sustenta o sistema. Em seu livro O fim da Utopia (1968), isso mais uma vez se observa.
A
década de 60 do século XX, no entanto, é rica em manifestações populares que foram
denominadas como de contracultura. O rock, o movimento hippie, a erupção do
feminismo, a efervescência do movimento negro e as revoltas estudantis de maio
de 1968 caracterizam-se pela oposição ao sistema vigente e oferecem a Marcuse o
que faltava neste estágio aprimorado da teoria crítica da sociedade – o nexo
materialista histórico teoria-práxis – na medida em que esses movimentos vão em
encontro à teoria marcuseana, mais do que isso,
encaixam-se perfeitamente.
Marcuse
é convidado a proferir um sem-número de conferências em todo o mundo ocidental,
e logo o caracterizam como o mentor intelectual dessa onda de acontecimentos,
do que sempre se eximiu.
Contra-Revolução e Revolta (1972), o
último trabalho de sua fecunda produção cientifica, oferece-nos o que faltava
para a sua coerência teórica: a formulação de uma resposta revolucionária à
sociedade capitalista.
Para
Marcuse a revolução, a verificar-se em plano geral, será substancialmente
diferente das proposições que se colocaram no século XIX: “a revolução deste
século, que se prolongará pelo vindouro, tem um escopo infinitamente mais amplo
do que suas antecessoras e muito mais profundo do que deixam entrever as
doutrinas políticas e econômicas”. Tratar-se-á de uma Revolução
qualitativamente diferente, isto é, na medida em que as necessidades básicas
(alimentação, moradia, etc.) nos países capitalistas avançados estariam
satisfeitas, a aspiração primordial seria a de lutar por um novo nível de
existência, em equilíbrio com a natureza, com menos horas de trabalho – o que
será possível após a queda da sociedade de consumo - e mais tempo dedicado ao
lazer, enfim, mais espaço para as relações humanas e dignificação do Homem como
tal e não como peça consumista manipulável.
Caberia
aos segmentos estigmatizados como “marginais” à sociedade o papel de força
propulsora de tal liberação, pois, para Marcuse, o proletariado teria se
convertido às ideologias reacionárias e estaria totalmente cooptado pelo status quo. Marcuse dá especial destaque
para o movimento estudantil radical como sujeito revolucionário, dada às
transformações qualitativas que almeja.
Considerações finais
Entendemos
que o pensamento de Marcuse é atual e merece ser resgatado nesse início de
século XXI. A sociedade de consumo se globalizou, novos atores sociais
surgiram, os conflitos agudizam mas transcendem as lutas de classes, daí a
imperiosidade de sermos heterodoxos para refletirmos sobre a realidade social
de nosso tempo. Recorrer a Herbert Marcuse, como ícone de um pensamento que
inspirou uma práxis revolucionária e libertária que marcou a civilização
ocidental, é nos municiarmos para os embates a serem travados como intelectuais
orgânicos.
Assim,
oferecendo um panorama da obra e do contexto histórico em que Marcuse foi
desenvolvendo a sua teoria crítica da sociedade, o objetivo do presente ensaio
é alcançado, esperando que o leitor busque nas obras originais, aqui tão
somente resumidas e parafraseadas em suas principais teses, o aprofundamento da
reflexão teórica necessária que o pensamento desse filósofo alemão nos instiga.
Referências.
CHACON, Valmireh. Marcuse – Materialismo Histórico e
Existência. São Paulo, Tempo
Brasileiro, 1968.
MARCUSE, Herbert. O Fim da Utopia. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1968.
_______. Marxismo Soviético. Rio
de Janeiro, Zahar, 1969.
_______. Eros e Civilização. Rio
de Janeiro, Zahar, 1972.
_______. A Ideologia da Sociedade Industrial. Rio de Janeiro, Zahar, 1973.
_______. Contra Revolução e Revolta.
Rio de Janeiro, Zahar, 1975.
_______. Razão e Revolução. Rio de
Janeiro, Paz e Terra, 1978.
SLATER, Phil. Origem e Significado da Escola de Frankfurt. Rio de Janeiro, Zahar, 1972.